domingo, 26 de maio de 2013

SÍNDROME DE BARBIE

Olá Crespas e Crespos!

Fiquei a pensar dia desses sobre a nossa imensa necessidade de "alisar os cabelos", de relaxar, de modificar a estrutura, tanto que a maioria de nós nem sabe como o cabelo é naturalmente, visto o tempo que temos de cabelos quimicamente "tratados". Eu mesma, só depois de um ano de cabelo natural fui entender que na parte de cima da minha cabeça os meus fios são de um tipo diferente da parte de trás, são mais soltos e ficam encaracoladinhos naturalmente ao passar qualquer creme, nem preciso fazer twist, sem isso, ainda ia achar que era tudo igual.

Bem, quando pequenas nos deparamos com os primeiros e decisivos motivos que nos levam a querer "não ter o cabelo que temos": bonecas sempre de cabelos lisos, personagens de novelas sempre de cabelos lisos, cantoras (negras, brancas, não importa a cor) sempre de cabelos lisos, esportistas, jornalistas, mães, tias, amigas, todas, todas de cabelos lisos, certo? Até pra comprar shampoo você tem que ter cabelos lisos, porque nos comerciais e nas embalagens não tem gente de cabelos crespos, então, pra poder usar qualquer produto eu tenho que ter cabelo liso. Mas o que pra mim era mais latente era a imensa vontade de ter um cabelo que balançasse, eu queria que meu cabelo balançasse.

                
Lindas, cacheadas e com balanço!


Cabelo cacheadinho é lindo e ainda balança, mas o tipo 4 não!

O meu cabelo não balança, o que fazer mamãe?

E mesmo quando encontramos referências, temos muita concorrência.
            

E sua pequena quer um cabelo de boneca pra pentear. Qual minha mãe vai comprar?

Como uma mãe vai criar sua pequena musa black nesse mundo ainda sem referências? Eu nem sempre tive essas referências, pois isso, só agora, muito depois da adolescência eu tive "coragem" de me enxergar como sou, de me ver e me cuidar sem os artifícios da química.

Dor, ardência, cansaço, chateação na escola, na rua, em casa e enfim, cabelos lisos" Agora sim aceitação? Quebra e queda vem depois, mais ônus.


Ainda não sou mãe, mas tenho pra mim que o primeiro passo é a mãe rever seus conceitos, possibilitar a sua pequena uma vivência mais ampla, aberta e realista, se ela tiver acesso constante a visão da mulher crespa como algo lindo e inspirador, com certeza será mais fácil pra ela se aceitar por inteiro, sem restrições, só utilizando a química como mais uma opção e não a única solução pra sua aceitação na sociedade. 

Ela merece ser respeitada e aceita!


Vale pensar e agir!

Beijo e fui.

2 comentários:

  1. Olá querida!
    Eu também quando era pequenita queria que meus cabelos balançassem porque todas as minhas amiguinhas e bonecas tinham cabelo assim liso e esvoaçante.
    Agora, adoro os meus crespíssimos quando na verdade a minha "educação familiar" era no sentido de alisar, trançar, etc, pois se dizia que cabelo crespo era cabelo ruim. Que toliçe!! Cabelo lindo que nós temos, sinto-me realmente abençoada pelo cabelo que tenho.
    Em relação à dficuldade para encontrar shampos essa também existe aqui em Portugal. Temos de ir às lojas africanas e mesmo assim nem tudo serve, hehe! Eu cá me vou safando, procurando, experimentando, enfim.
    Vamos torcer para haver mais oferta dos produtinhos para o nosso cabelo maravilhoso, seja aqui em Portugal ou no Brasil esse lindo país!!

    Bjs enormes!!

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    1. Catia, como estamos aprendendo a cuidar dos nosso cabelos e a tecnologia evolui a passos largos, a diversidade de produtos só tende a crescer, com certeza. Precisamos persistir em nossa natureza, a cultura que começa em nossa infância de que temos que alisar os cabelos precisa ser "somente uma opção", não "a única" opção. Adoro a mudança dos tempos. Catia, meu irmão viajou a trabalho ao seu país por uma semana, altas fotos, Portugal é lindo! Beijo

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